O boletim semanal de balneabilidade (condições para
banho) das praias, divulgado na última quinta-feira (21) pelo Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) da Bahia, aponta que a praia do Portinho,
na Praia do Forte, e da Boca da Barra de Imbassaí estão impróprias para banho
neste final de semana.
Praia do Forte. Foto: Reprodução
As duas praias, pertencentes ao município de Mata de São
João, estão entre as três que apresentaram índices de contaminação por material
orgânico, das 16 analisadas na Costa dos Coqueiros (Litoral Norte). A praia do
Condomínio Sol, em Jauá, Camaçari, também foi considerada imprópria pelo órgão
estadual.
Um dos destinos turísticos mais conhecidos do Brasil e
com uma das melhores infraestruturas, a Praia do Forte apresentou condições
impróprias para banho pela segunda vez em 2015. A primeira vez foi em abril. Já
em Imbassaí, foi constatado contaminação por mais vezes, devido aos sérios
problemas ligados a esgotamento sanitário, que vem comprometendo o rio de mesmo
nome.
Imbassaí. Foto: Reprodução
O boletim do Inema alerta que em período de chuva, “as praias podem ser contaminadas por arraste de
detritos diversos, carregados das ruas através das galerias pluviais, podendo
causar doenças”. Essa tese aponta para deficiências, por parte do poder público
municipal e da Embasa, na limpeza das ruas e galerias e na gestão do
esgotamento sanitário.
Porém não justifica, de forma nenhuma, o
fato da Praia do Forte, uma vila pequena e organizada, apresentar índices de
contaminação superior a outras localidades com estruturas urbanas infinitamente
mais complexas como Villas do Atlântico, Ipitanga, Arembepe, Guarajuba e
Subaúma.
A Praia do Forte se notabilizou nos
cenários nacional e internacional justamente por sua natureza privilegiada e pelas
características culturais de gestão preservacionista, implantada pelo empresário
Klaus Peteres, nos anos 80.
Mas ultimamente uma série de problemas,
como a violência, a supressão de áreas verdes importantes (devido a especulação
imobiliária desenfreada) e a falta de planejamento no uso e ocupação do solo estão
comprometendo o futuro, afastado turistas e gerado muitas notícias negativas
para o destino.
Rio Imbassaí
Por determinação do Ministério Público,
o Inema tem analisado periodicamente águas de trechos do Rio Imbassaí e de afluentes.
Os resultados têm mostrado poluição frequente por material orgânico. A Prefeitura
Municipal de Mata de São João atribui a responsabilidade pelos crimes
ambientais à Embasa e à falta de esgotamento sanitário nas margens do Rio.
Porém, para um grupo de ambientalistas de
Imbassaí o buraco é mais embaixo. Segundo eles, além da Embasa algumas grandes
empresas e condomínios da região comentem crimes ambientais sistematicamente, que
não são fiscalizados pelos órgãos públicos.
De acordo com a resolução Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama) a praia é considerada imprópria quando mais
de 20% das amostras coletadas em cinco semanas consecutivas, apresentar
resultado superior a 1.000 coliformes fecais ou 800 Escherichia coli, ou
quando, na última coleta, o resultado for superior a 2500 coliformes
termotolerantes ou 2000 Escherichia coli ou 400 enterococos por 100 mL de água.
Acho inacreditável a postura de um empresário que decide investir profissionalmente na região, precisamente por causa da exuberância ambiental, mas sequer planeja o que fazer com o lixo e o esgoto gerado pelo seu negócio e pelos empregados e fornecedores que foram atraídos para o entorno. Relatório de impacto ambiental deveria ser obrigatório, independentemente do tamanho do negócio. Tem que entrar no preço. Se não puder fazer, não pode abrir. E não adianta culpar as populações tradicionais, porque o lixo pesado vem com CNPJ. Parabéns pelo blog, Yordan! Abraço, Cláudio.
ResponderExcluirVerdade Cláudio Lins. Não só os empreendedores, mas o poder público principalmente. A legislação municipal que rege o uso e a ocupação do solo tem de ser mudada, adequada ao ordenamento ambiental, econômico e social. Tem que criar novas leis com base em estudo prévio para a implantação de um zoneamento ecológico-econômico em todo o município, com as devidas condicionantes e estudos gerais de impactos ambientais já estabelecidos, por determinado período. Grande abraço, Yordan.
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