quarta-feira, 22 de abril de 2015

Águas do Litoral Norte pedem socorro

Praia do Forte apresentou condição do mar imprópria no último feriado e Rio Imbassaí está poluído

Foi com imensa tristeza e um certo desespero que li, no boletim do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) da semana passada, que entre as 16 praias analisadas da Costa dos Coqueiros a do Portinho (ou Igrejinha), da Praia do Forte, estava imprópria para banho.



Lógico que as chuvas que haviam caído no período contribuíram para que materiais poluentes fossem arrastados das ruas para o mar. Mas mesmo assim é inadmissível que a praia aparentemente mais protegida e famosa da região seja a única imprópria para banho no final de semana de feriado prolongado.

A Embasa é um agente poluidor em potencial. Isso é fato, pois, muitas vezes que chove a elevatória de esgoto próxima às barracas de praia transborda e carrega material orgânico para o mar.

Em reunião com representante do Inema na semana passada, o prefeito de Mata de São João, Marcelo Oliveira, admitiu ter sérios problemas no município com a empresa e que a estatal não respeita as leis ambientais. Ele disse, inclusive, que a companhia já levou diversas advertências e multas, mas não paga e nem muda de postura.

Imbassaí

No mês de abril, a praia de Imbassaí chegou a ficar imprópria por duas semanas, de acordo com o Inema, e um monitoramento realizado sistematicamente pelo órgão estadual, por determinação do Ministério Público, tem apontado contaminação por coliformes fecais no rio de mesmo nome.



De acordo com o setor de fiscalização da Prefeitura, os maiores poluidores são a unidade de tratamento do esgotamento sanitário do conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida e a falta de esgotamento sanitário das residências localizadas às margens do Rio Imbassaí.

Porém, um grupo de ambientalista da localidade atribue os crimes ambientais também a outro agentes, a exemplo de unidades de tratamentos de esgotos e lavanderias de grandes hotéis da região. Os ambientalistas também reclamam de negligência da Prefeitura em relação à fiscalização da rede hoteleira.

Na manhã de hoje (22) a Prefeitura e a Câmara de Vereadores realizaram, na sede de Mata de São João, uma Audiência Pública, para discutir, com o Ministério Público, o Inema, a Embasa e a população, os problemas ambientais do município.




A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 357 / 2005 determina que a praia ou o rio são considerados impróprios quando “mais de 20% das amostras coletadas em cinco semanas consecutivas, apresentam resultado superior a 1.000 coliformes fecais ou 800 Escherichia coli, ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2500 coliformes termotolerantes ou 2000 Escherichia coli ou 400 enterococos por 100 ml de água”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário